20.3.06

23 Maio 2003

Azimutes, 18:38, 23/5/2003.


O grupo de adolescentes envergando roupas negras exibia as tenras rosas amarelas nas mãos. Estava tudo marcado para as 18h30 na igreja da área onde ela morara. Consternação, pouca leveza, bandeira a meia haste, pela segunda vez no mesmo mês. Tudo dentro do previsível. Quem, então, decidira pôr música alta num dia de luto decretado pela instituição?... Ao passar perto da associação de estudantes, era nitidamente audível a batida dançável. Meu Deus! Para não falar do já escasso e quase esgotado "respeito", alguma sensibilidade seria útil numa casa como esta, dignificante, até, essa contenção. Não. Nunca ouviram falar, não se usa com tops nem óculos "máscara", não é comestível, não é uma marca de gel, não dá notoriedade, está definitivamente ultrapassada essa característica de personalidade. Quem é sensível estará irremediavelmente só, em Azimutes. À hora marcada, o cortejo saíu. A miúda teria 15 anos. Causa da morte: hemorragias internas. A eterna senhora de preto viera, de foice rápida e urgente, buscar mais uma. "Morrem cedo aqueles que Deus ama."


18:44

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